segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Lustre


O fluxo de pessoas se mistura às diferentes cores e odores do ambiente. São movimentos rápidos, apressados. Os espaços são vistos, mas não são enxergados. Culpa dessa pressa que faz com que estejamos sempre correndo, atrasados. Pessoas ao celular, crianças correndo e gritando, filas extensas, enquanto um simples contraste entre o brilho do lustre refletido no chão clama por atenção. 

Como já dizia José Saramago, as pessoas estão acostumadas a ver, e que com isso, não enxergam mais. De que vale a visão se não for usada a nosso favor? De que vale uma arquitetura tão bela se não for admirada? 
São tantos detalhes, coisas pequenas, mas que se fossem observadas por, pelo menos, 5 minutos, nos tornariam um pouco mais sensíveis e vulneráveis ao meio pelo qual estamos envoltos. São nessas atitudes corriqueiras que as pessoas perdem sua sensibilidade e se tornam seres humanos mais grotescos e menos afetuosos.


(Marina Luxi, Mercado Municipal. 05/10/13)

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