A noite de hoje está civil, mas ontem passei por aqui, pelo
mesmo lugar, com a adrenalina a milhão. Roubaram um escritório de advocacia no
17º andar do prédio comercial onde eu acompanhava a feitura de uma tatuagem de
uma amiga. Ela, feliz com o resultado, que emula uma pulseira “meio indiana,
meio tibetana”, nas palavras do tatuador, se orgulhava pelo fato de que a
partir de agora raramente precisará adornar o braço direito para chamar
atenção. Dado o contexto do que acabara de acontecer andares acima, acho melhor
mesmo que ela não se exponha muito por aqui.
Duvido que alguém suba até o 17º para estourar uma porta,
esfaquear alguém e roubar um lugar sem ter certeza de que lá tem coisa. A
propósito, o porteiro não estava no posto quando chegamos ao térreo, mas não
sou o Sherlock Holmes, ou, não sou homem cujas suposições mereçam atenção. Ligo
os pontos por ordem do acaso, mas quase nunca compreendo os resultados que me
vêm às mãos.
O fato é que os dramas de ontem pingam nos de hoje, como
sempre. Mesmo quando pingam sangue.
(Marco
Antonio Santos, Bar Mignon. 09/10/13)
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