sábado, 12 de outubro de 2013

Festa no playground de marginais


A noite de hoje está civil, mas ontem passei por aqui, pelo mesmo lugar, com a adrenalina a milhão. Roubaram um escritório de advocacia no 17º andar do prédio comercial onde eu acompanhava a feitura de uma tatuagem de uma amiga. Ela, feliz com o resultado, que emula uma pulseira “meio indiana, meio tibetana”, nas palavras do tatuador, se orgulhava pelo fato de que a partir de agora raramente precisará adornar o braço direito para chamar atenção. Dado o contexto do que acabara de acontecer andares acima, acho melhor mesmo que ela não se exponha muito por aqui.
Duvido que alguém suba até o 17º para estourar uma porta, esfaquear alguém e roubar um lugar sem ter certeza de que lá tem coisa. A propósito, o porteiro não estava no posto quando chegamos ao térreo, mas não sou o Sherlock Holmes, ou, não sou homem cujas suposições mereçam atenção. Ligo os pontos por ordem do acaso, mas quase nunca compreendo os resultados que me vêm às mãos.
O fato é que os dramas de ontem pingam nos de hoje, como sempre. Mesmo quando pingam sangue.

(Marco Antonio Santos, Bar Mignon. 09/10/13)

Nenhum comentário:

Postar um comentário