O caos. Quantas atividades cabem em
alguns milhares de metros quadrados? Todas. Comerciantes sorriem e argumentam
com clientes nem sempre abertos às seduções dos produtos oferecidos, gente rica
que paga caro pelo que almoça divide mesa com gente menos favorecida. O cheiro
de cachaça está no ar. Lá fora, na rua, isso costuma ser mau sinal. Aqui, no
entanto, nesse ambiente construído, é grande sinal de sofisticação, por conta
de um evento de degustação. Quantos gritos divergentes. Quantas falas
compreensíveis. Quantos sussurros por trás de tudo.
Só fora do mercado ouso tentar interpretar o que se passa dentro dele. Alguns amigos sumiram, ou para procurar ideias pelos corredores ou para, nas quinas entre as barracas de frutas e verduras, lapidar as que já têm. O veículo da empresa que transporta valores acaba de ir embora, guiado por homens armados, mas tranquilos, talvez por compreenderem que por mais dinheiro que carreguem no blindado, nunca vão carregar para fora daqui os valores que este ambiente possui. Estes não saem, nem com a gentrificação imposta na parte aparentemente VIP da praça de alimentação. Quantos casais brigam ali agora? Quantos outros se acertam? Quantos e quais homens odeiam as próprias vidas? E quantas mulheres? Quantas pessoas já desceram da rodoviária e procuraram aqui respostas sobre Curitiba? Será que conseguiram o que queriam? Quantas vozes. Quantas vidas. Muito bem.
Só fora do mercado ouso tentar interpretar o que se passa dentro dele. Alguns amigos sumiram, ou para procurar ideias pelos corredores ou para, nas quinas entre as barracas de frutas e verduras, lapidar as que já têm. O veículo da empresa que transporta valores acaba de ir embora, guiado por homens armados, mas tranquilos, talvez por compreenderem que por mais dinheiro que carreguem no blindado, nunca vão carregar para fora daqui os valores que este ambiente possui. Estes não saem, nem com a gentrificação imposta na parte aparentemente VIP da praça de alimentação. Quantos casais brigam ali agora? Quantos outros se acertam? Quantos e quais homens odeiam as próprias vidas? E quantas mulheres? Quantas pessoas já desceram da rodoviária e procuraram aqui respostas sobre Curitiba? Será que conseguiram o que queriam? Quantas vozes. Quantas vidas. Muito bem.
(Marco
Antonio Santos, Mercado Municipal. 05/10/13)
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