Penso o quanto me custa esse
almoço com as criaturas. Não falo das notas de papéis pintados e moedas que
trago no bolso. Mas o quanto da minha criatura em si, estou pondo aqui. Bem,
penso que toda ela. Mas sou introspectivo, e no meio de criaturas estranhas
costumo silenciar. Às vezes tento um sorriso, tímido. Outras, tento entrar no
coro. No ligeiro movimento dos olhos. No balançar das cabeças. Simulo.
Lembrando que mesmo na simulação, não se deixa de ser quem é. No silêncio estou
de comunhão com todos. Na fala arrisco o desacordo. Como veem, não sou das
criaturas fáceis. Carrego em mim múltiplas criaturas. E me pergunto se vocês,
meus companheiros, sabem que tipo de criaturas são. Espero que saibam, se não
onde mais estariam essas tais criaturas crônicas.
(Carlé
Cadu, Mikado. 19/10/13)
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