Hoje seria aniversário do Vinícius de Moraes, o boêmio
notório, diplomata e outros etcéteras famosos. Combinei com um amigo de
comemorar como o próprio Poetinha faria: com muita bebida e festa desmedida. No
entanto, o começo do dia acontece num
almoço em um restaurante que justifica a fama de oferecer opções saudáveis de
comida.
Assim como sabemos que
vivemos através de paradoxos mais ou menos relevantes, sabemos também que
"uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor",
e em matéria de cerveja gelada o Nakarocha, 100 metros para cima do Mikado na
rua São Francisco, centro histórico de Curitiba, nunca decepciona. Uma garrafa
de 600ml, ou long neck de adulto em outras palavras, dá o tom do encontro com
amigos que, como eu, também devem ter festado na noite anterior, e também
pensado que 11h30 de sábado é muito cedo para qualquer coisa. Mas seria pouco
nobre sofrer com este drama, o de acordar "cedo" no sábado. Melhor
sofrer com a ideia, quase piada, de que a comida daqui é boa demais para ser
tão saudável.
Hoje, ainda, contamos com
a companhia de duas moças que usarão este encontro para fins acadêmicos. Elas
escrevem mais que a gente, fotografam mais que a gente, pensam mais e, talvez,
melhor que a gente, mas comem menos que a gente, o que causa estranheza, já que
estamos num local de excelência da alimentação. Este fato constitui um outro
paradoxo, suponho, mas é só isso mesmo o que fazemos nessa vida, neste
restaurante ou em qualquer outro lugar: supomos. Pelo menos é o que acho.
(Marco
Antonio Santos, Mikado. 19/10/13)
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